EJ - Escola de Aviação Civil


Notícias

Saiba quem é a primeira mulher a ser campeã de Acrobacias Aéreas no Brasil em 76 anos

Juliana Fraschetti e o Pitts S2C


Atualizado: em 5 de setembro de 2017.

Leia o editorial: “em lembrança da memória da pioneira Joana Castilho”
na direção correta, sem variar nada de proa, exatamente na direção contrária que entrou, era um parafuso de uma volta e meia. O biplano Pitts S2C seguiu descendo em uma linha vertical impecável, como pede a regra, antes de voltar para o voo nivelado e seguir para a próxima manobra, a terceira da sequencia, com boa velocidade.

Naquele momento quem assistia já sabia que dificilmente Juliana Fraschetti perderia o campeonato. Era a segunda e última prova da competição e ela entrou no box apenas para administrar a vantagem conquistada no primeiro voo. Depois do parafuso, o avião seguiu para manobras como meio oito cubano, loopings e tunôs, que raramente geram surpresas em pilotos talentosos.

O parafuso é uma das manobras que mais pregam peças nos competidores, porque o avião sai de uma situação de baixíssima velocidade, rodando, e o piloto tem que pará-lo exatamente na direção correta. O tempo para os comandos necessitam de ser bastante precisos. Erros e grandes perdas de pontos, nesta manobra, ocorrem até em pilotos de campeonatos mundiais de altíssimo nível. Para cada cinco graus que o parafuso pare antes ou depois, um ponto é a penalização. Em casos de passar 15 ou 20 graus, o que é um erro corriqueiro, o resultado já fica comprometido.

Nesta segunda prova, Juliana administrou bem conquistou a medalha de prata, fazendo 80,3%. O ouro foi para Pedro Anunciação, instrutor de voo do Aeroclube de Poços de Caldas, que recebeu a nota 83,2%. Mas na somatória de resultado geral, Juliana foi campeã brasileira na categoria Primary, a categoria mais concorrida no Brasil, com um total de 82,2%. Foi a primeira vez que uma mulher venceu um campeonato no Brasil em 76 anos. Joana Castilho venceu as competições de 1940 e 41, na “Semana da Asa” (leia link para editorial no fim da matéria).

Na primeira prova, no dia anterior, com as mesmas manobras, Juliana havia se colocado em primeiro com 84,1% e levado a medalha de ouro, com uma diferença de 5 pontos percentuais para o segundo colocado, Thiago Sabino, de Pirassununga, interior de S. Paulo, e comandante de Linha Aérea. Foi uma diferença significativa. Em terceiro Jean Delegrave, de Erechim. Era só Juliana não cometer um grande erro na segunda prova, que o campeonato estava garantido.

A competição ocorreu no início de agosto, em Pirassununga, na Academia da Força Aérea e casa da Esquadrilha da Fumaça. Foi organizada pela CBA, Comitê Brasileiro de Acrobacias Aéreas. Onze competidores participaram da categoria, e pela primeira vez no Brasil mais mulheres que homens competiram. Sendo seis mulheres e cinco homens.

E foi acirrada, com Juliana enfrentando com loopings, tunôs e parafusos, a tradicional escola gaúcha de aviação. Dos três alunos de Oswaldo Guerra, filho do lendário piloto e instrutor de acrobacias Fernando Guerra, dois subiram ao pódio ao lado de Juliana: Pedro Anunciação e Thiago Sabino, que se qualificaram em segundo e terceiro lugar, com voos consistentes. Pedro, que estava com um voo bastante competitivo, foi traído exatamente pelo parafuso na primeira prova, onde, na parada, passou aproximadamente dez graus, perdendo alguns valiosos pontos.

Construção da vitória
Juliana Fraschetti, 30 anos, é natural de Jaú, é a instrutora dos cursos de Acrobacias Aéreas e de Upset Recovery na EJ Escola de Aeronáutica. Na própria EJ ela se formou nos cursos de PIloto Privado, Comercial, Instrutor de voo e Acrobacia Aérea. No campeonato de 2016 da CBA ela recebeu o troféu de Piloto Revelação, e no I Troféu Alberto Bertelli de Acrobacias Aéreas, organizado pelo Aeroclube de Itápolis, também no ano passado, ela ficou em segundo lugar, mostrando assim, consistência e evolução nos voos.

E mesmo antes de se aventurar pilotando pelos ares, ela tornou-se faixa preta em karatê e taekwondo, onde coleciona medalhas, inclusive, diversas de ouro. Juliana foi Campeã Paulista de Karatê e Bicampeã Paulista de Tawekwondo. E sobre a relação entre artes marciais e os voos acrobáticos Juliana faz um paralelo: "O primeiro fator é psicológico e disciplina de treinamento, somado ao objetivo de querer competir”, conta.

Entre os diversos ensinamentos que as artes marciais lhe passaram, ela enumera: "disciplina, respeito e comprometimento são os principais", diz. Em sua carreira como lutadora, da qual Juliana participa ativamente desde os cinco anos de idade, a acrobata áérea passou por desafios e dificuldades. Em relação aos momentos difíceis, Juliana lembra de uma frase de seu instrutor no tatame: "o impossível é só uma etapa".

Como funcionam as competições
Os campeonatos de Acrobacia tem julgamento técnico, onde todos os pilotos executam suas sequencias. Os juízes ficam no solo e contam pontos por ângulos das manobras, rotações, linhas e proas. A CBA, neste ano, manteve sua meta de investimento e qualificação de juizes de competição, e desta vez trouxe Marty Flournoy, norteamericano que será um dos Juizes do Campeonato Mundial de Acrobacias. Em anos anteriores, John Gaillard, sul africano que havia sido juiz chefe de Campeonatos Mundiais, também foi juiz do Nacional e ajudou a balizar os juizes Brasileiros.

O box acrobático é uma caixa virtual com 1 km de altura, de largura e de profundidade onde os pilotos executam suas manobras seguindo o Código Aresti, padrão da FAI - Féderation Aéronatique Internationale, que é o método de catalogar e julgar as figuras acrobáticas, introduzido no primeiro campeonato mundial, em 1960, na Checoslováquia, inaugurando a era moderna da acrobacia aérea, de precisão.

Acrobacias como ferramenta de aprimoramento e segurança de voo
A EJ tem investido nos últimos anos na Acrobacia Aérea como mecanismo de aprimoramento da qualidade de voo e segurança, desde a implantação do curso de Upset Recovery, que usa técnicas da acrobacia aérea, para melhoria da qualidade dos pilotos. “É importante saber a acrobacia aérea, pelo menos o Upset Recovery, que não chega a ser um voo acrobático, mas faz algumas manobras com o objetivo de estudo”, diz Josué Andrade, diretor da EJ. “E se os alunos gostam deste tipo de voo, nós os incentivamos a seguir para a acrobacia de precisão, que é segura e feita com bons limites de altura”. “A acrobacia incentiva o aumento da consciência situacional dos pilotos, é muito útil para emergências. Isso prepara melhor o piloto, melhora a velocidade do raciocínio, deixa rápido e automático, em questões como velocidade, atitude, altitude, posicionamento, e isso é útil em todos os tipos de voos, desde o comercial ao agrícola, melhora a proatividade do aviador, isso já está provado, e oferecemos essa formação aqui, de qualidade”, complementa.

Resultado Oficial
1 JULIANA FRASCHETTI / Pitts S-2C / 82,209
2 PEDRO ANUNCIACAO / Decathlon / 79,506
3 THIAGO SABINO / Decathlon / 79,188
4 JEAN DALEGRAVE / Christen Eagle / 76,238
5 VINICIUS HENRIQUE / Decathlon / 74,517
6 BINHO / CAP 10B / 74,303
7 THAYANNE MOURA / Van's RV / 769,353
8 LISA RITTER / Van's RV7 / 68,339
9 ALINE SCHUMACHER / Van's RV7 / 62,345
10 GABRIELA PRANTE / Van's RV7 / 57,790
11 PATRICIA RAMANAUSKAS / Decathlon / 30,455


Atualizado: em 5 de setembro de 2017.

Leia o editorial: “em lembrança da memória da pioneira Joana Castilho


Publicado em 25/08/2017


Vídeo: tour pelo campus itápolis

Vídeo


    Mural Informativo


  • Base de Americana passa por reforma para atender mais alunos com padrão de excelência

    A EJ acaba de concluir a reforma na estrutura da base em Americana-SP, reforçando seu compromisso com a excelência no ensino e com a expansão do acesso à formação de pilotos. A reforma da infraestrutura vem acompanhada de um plano de crescimento da frota local, com o objetivo de atender a uma demanda cada vez maior por treinamento prático de qualidade na região.Localizada estrategicamente próxima à capital paulista, a base de Americana é uma excelente opção para quem busca facilidade de acesso, sem abrir mão da tradição e do alto padrão de ensino que são marcas registradas da EJ. Agora, com a estrutura renovada, os alunos encontram um ambiente ainda mais confortável e eficiente para a realização de seus treinamentos.Treinamento com simuladores e aeronavesNa base de Americana, os alunos realizam o treinamento prático essencial, tanto em aeronaves quanto em simuladores homologados. A operação é conduzida por uma equipe qualificada e experiente, garantindo que cada etapa do processo formativo ocorra com foco na segurança, na padronização e no desenvolvimento profissional dos futuros pilotos.Alojamentos integrados para mais comodidadeSabemos que a rotina de quem sonha em voar exige dedicação e tempo. Por isso, a base também conta com alojamentos integrados, oferecendo mais comodidade para os alunos que vêm de outras cidades ou estados. Assim, o aluno pode focar totalmente em sua formação, com o suporte completo da infraestrutura EJ.Plano de expansãoA expansão da frota na base de Americana já está em planejamento e reforça o propósito da EJ de proporcionar uma formação ainda mais acessível e eficiente. Acreditamos que democratizar o acesso à formação de pilotos, sem perder a qualidade e a exigência técnica, é essencial para atender às demandas do mercado atual.A base de Americana está pronta para receber você, com o mesmo padrão EJ que já formou mais de 10 mil pilotos. Clique e venha conhecer nossa estrutura para dar o próximo passo rumo à sua carreira na aviação.

  • EJ Faculdade: Ação social promove visitas de alunos da rede pública

    A EJ Faculdade recebeu, na unidade de Itápolis, os alunos do Ensino Médio da Escola Estadual Valentim Gentil, localizada na região. A visita faz parte do plano de ações sociais da instituição, que tem como objetivo aproximar jovens da aviação, promover novas oportunidades e contribuir com o desenvolvimento da comunidade local.Durante a atividade, os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer de perto a estrutura da EJ Faculdade, incluindo salas de aula, oficinas de manutenção aeronáutica, aeronaves de instrução e também aeronaves agrícolas. A iniciativa permitiu que os visitantes compreendessem melhor o funcionamento de uma escola de aviação e os diversos caminhos profissionais possíveis dentro do setor.A recepção foi organizada com o apoio dos próprios alunos da EJ Faculdade, que participaram ativamente da condução das atividades, auxiliando na apresentação dos ambientes e compartilhando suas experiências na formação aeronáutica. Essa interação proporcionou um ambiente acolhedor e inspirador para os jovens visitantes.A ação reafirma o compromisso da EJ Faculdade com a responsabilidade social e a educação transformadora. Por meio de projetos como este, a instituição reforça seu papel não apenas na formação de profissionais altamente capacitados, mas também na construção de uma sociedade mais acessível e igualitária.

  • Piloto EJ Juliana Fraschetti vence campeonato de acrobacia nos EUA.

    Entre os dias 27 e 29 de março, a cidade de Keystone Heights, nos Estados Unidos, sediou o Snowbird 2025, um campeonato internacional de acrobacia aérea que reuniu grandes pilotos acrobáticos. Na categoria Intermediária, a piloto brasileira Juliana Fraschetti representou a EJ – Escola de Aviação, a bordo do Extra 300. Com um número estimado de 25 competidores, o evento foi uma verdadeira exibição de habilidade e precisão nos céus americanos.E a dedicação de Juliana resultou em uma grande conquista, o primeiro lugar na categoria. Com técnica refinada e um desempenho impecável, a piloto brilhou entre os competidores e trouxe o título para o Brasil e para a EJ.Juliana Fraschetti se destacou na acrobacia aérea por sua determinação e excelência. Sua formação na EJ foi fundamental para o desenvolvimento de suas habilidades, e sua atuação como membro da Esquadrilha EJ consolidou sua experiência no cenário da acrobacia aérea.O Snowbird é sancionado pelo International Aerobatic Club (IAC), organização fundada em 1970 e reconhecida mundialmente pela promoção da acrobacia aérea. Seguindo um rigoroso padrão de avaliação, a competição exige dos pilotos precisão e controle absoluto sobre suas aeronaves, tornando a vitória de Juliana ainda mais significativa.Mais do que um título, essa conquista simboliza a força da aviação brasileira e das mulheres no esporte. Juliana demonstrou que talento, dedicação e treinamento de qualidade podem levar a resultados extraordinários. A EJ se orgulha de apoiar seus pilotos na busca por novos desafios e parabeniza Juliana por essa brilhante vitória!Que esse seja apenas o começo de uma trajetória repleta de grandes feitos para Juliana e para todos que acreditam no potencial da acrobacia aérea no Brasil.

DOU 03/05/18
Homologação ANAC Número 051